7 séries que toda mulher deveria assistir

Embora o universo das séries e dos filmes ainda seja dominado pelos homens e pelo protagonismo masculino, aos poucos, isso está começando a mudar.

Ao longo da última década, cada vez mais personagens femininas vêm conseguindo se destacar nas telinhas, com programas de qualidade e que conseguem competir em pé de igualdade em premiações importantes, como o Emmy.

O exemplo mais óbvio disso é destacar a série Fleabag, escrita, roteirizada e protagonizada pela britânica Phoebe Waller-Bridge.

A primeira temporada, exibida pela BBC ainda em 2016, acabou passando quase despercebida em um passado não tão distante. Mas, em 2019, ano no qual muito se falou sobre o papel social das mulheres, Fleabag acabou chamando a atenção com o seu segundo ano.

O que mudou para a série foi a compra dos seus direitos de distribuição pela Amazon Studios, responsável pelo streaming Prime Video. Entretanto, é impossível deixar de pensar sobre como a época em que isso aconteceu foi certeira e, com certeza, ajudou a Amazon a notar o programa em questão.

É claro que o sucesso de A Maravilhosa Sra. Maisel, série de comédia da mesma empresa, contribuiu para que o estúdio citado passasse a olhar para as séries protagonizadas por mulheres com mais atenção.

A aprovação da crítica e os constantes comentários sobre a importância das discussões feitas em Sra. Maisel também ajudaram para que o caminho para Fleabag fosse aberto.

Porém, é válido destacar que existem outras séries tão boas quanto essas duas e que merecem ser vistas por todas as mulheres ao redor do mundo.

Na verdade, elas mereciam ser vistas e abraçadas pelo público em geral, mas são indispensáveis para qualquer mulher que deseje ver as suas lutas diárias na TV e se inspirar em trajetórias que, definitivamente, nunca seguiram um roteiro pronto ou caminhos óbvios.

Grace & Frankie 

De cara, é possível afirmar que a série em questão foi uma aposta bem arriscada por parte da Netflix.

O primeiro motivo para isso é o fato de que as suas protagonistas, Grace e Frankie, são duas mulheres idosas, algo que não se vê muito em séries. O segundo está ligado ao fio condutor da história: os maridos das protagonistas, que são sócios em uma firma de advocacia, anunciam que desejam se divorciar para ficar juntos.

Porém, a Netflix decidiu arriscar e hoje em dia a gente sabe que isso deu certo. Mas o motivo para que todas as mulheres devam assistir Grace & Frankie está ligado ao vínculo que as protagonistas desenvolvem, não ao seu sucesso comercial.

De início, a série retrata Grace e Frankie como polos opostos. Tanto é que logo na primeira cena, ainda antes dos maridos contarem sobre a sua decisão, elas estão sentadas em um restaurante e mal se falam, apenas trocam algumas alfinetadas pontuais.

Essa decisão foi bastante acertada para mostrar como as mulheres podem rivalizar em um primeiro momento sem ao menos se conhecerem direito e somente porque a sociedade as coloca nessa posição.

Porém, a partir do momento em que se veem “no mesmo barco”, Grace e Frankie passam a se apoiar, se tornando o centro do mundo uma da outra e se transformando em amigas no sentido mais puro e pleno que a palavra pode ter.

The Good Wife

A premissa de The Good Wife já foi vista por todas as mulheres do mundo, seja na realidade ou na ficção.

Uma mulher é traída por seu marido, um político influente, e o caso acaba se tornando público. A partir disso, a vida dela se torna o centro das atenções e não a do marido – ainda que ele acabe preso.

Devido ao casamento com Peter, o político em questão, Alicia, a protagonista da série, abandonou uma carreira promissora como advogada. Afastada há 13 anos do ambiente competitivo de escritórios, ela precisa retornar e conseguir se provar maior do que o escândalo do seu marido.

E é exatamente essa trajetória que a gente acompanha ao longo das sete temporadas da série. O escândalo, com o tempo, desaparece da memória de quem cerca Alicia Florrick e até mesmo da nossa. O percurso da personagem, cheio de altos e baixos, frustrações e vitórias, é a verdadeira potência de The Good Wife e algo que acompanha quem assiste por toda a vida.

Isso se deve ao fato de que Alicia é real, cheia de camadas e a sua trajetória de emancipação nos ensina muito sobre a capacidade das mulheres de se reerguer diante de qualquer dificuldade. Das séries e dos filmes de advocacia que assisti, esta foi uma das melhores, se fosse classificar, ficaria em terceiro lugar.

The Good Fight 

Se The Good Wife está nessa lista, não teria como deixar de lado The Good Fight, o spin-off da série. Após o encerramento do programa que serviu de base, os criadores decidiram escrever uma “série solo” para Diane Lockhart, advogada que se tornou uma espécie de “mentora” para Alicia em determinados pontos de The Good Wife.

Aqui, quem se vê no centro de um escândalo é Diane. Assim como Alicia, ela não tem culpa de nada e cai em desgraça por tentar ajudar a sua afilhada, Maya, que também é advogada. Devido a isso, Diane perde a sua firma e precisa recomeçar em outro ambiente, bem diferente do que ela estava acostumada.

Lidando com as desconfianças dos seus colegas, com o “estigma” do escândalo e também com uma série de questões próprias ligadas ao seu casamento e às suas convicções pessoais, Diane também passa por uma espécie de emancipação durante a série.

E ela não é a única. Maya, que pertencia a uma família rica, precisa aprender a se virar por contra própria e sem os privilégios que tinha antes da prisão do seu pai.

Assim, o que torna The Good Fight interessante é ver como as mulheres, mais uma vez, são punidas pelos erros masculinos, mas conseguem sair por cima e criar narrativas suas, sem se deixar limitar pelos homens ao seu redor.

Jane The Virgin

Jane Villanueva é a clássica mocinha de novela mexicana, gênero que serve de inspiração para a trama de Jane The Virgin.

Sonhadora, louca para encontrar o amor e cheia de ilusões românticas, Jane é virgem e pretende se manter dessa forma até o casamento vestida de noiva. Porém, um acidente faz com que ela seja inseminada no lugar de outra mulher e engravide. A partir desse ponto, a vida da jovem muda por completo.

Mas o que torna Jane The Virgin tão interessante para as mulheres em geral não está necessariamente ligado à gravidez de Jane. O que mais importa é o vínculo entre ela, Xiomara e Alba, respectivamente, sua mãe e avó. A família Villanueva é matriarcal e todas as três, em maior ou menor escala, precisaram superar as dificuldades decorrentes de serem imigrantes, mulheres e latinas.

Sem perder de vista o humor – afinal, é uma série de comédia – Jane The Virgin consegue trazer assuntos sérios com leveza e mostrar para a gente que ninguém é uma coisa só. Nem Jane é a virgem imaculada e nem Xiomaria é a mãe louca que cometeu todos os erros do mundo. Existe mais nas duas. Muito mais.

Mad Men

Embora o protagonista seja um homem e a série tenha essa palavra em seu título, você deve esquecer tudo isso ao assistir Mad Men.

Essa série não é e nem nunca foi sobre Don Draper. Ele pode estar nos posters, ele pode ser o que boa parte das pessoas comenta, mas, definitivamente, você não está acompanhando a história do “gênio da publicidade” dos anos 1950.

O que você realmente assiste como Mad Men – mas é um pouco demorado para que o telespectador perceba – é a história de como Peggy e Joan vão fazer todos aqueles homens trabalharem para elas. Sobre como elas ainda vão fazer com que todos eles engulam cada palavra de condescendência que foi dita na sua direção.

Sem dar mais spoilers da série, mantenha isso em mente ao assistir Mad Men e você vai conseguir compreender porque toda mulher deveria ver essa série.

Desperate Housewives

Ainda na época de sua primeira temporada, Desperate Housewives fez tanto sucesso ao redor do mundo que acabou sendo exibida pelo SBT durante algum tempo. Talvez por isso muita gente se lembre da série. Porém, a primeira temporada nem começa a dar conta de tudo o que a série é.

Até o final de Desperate você assiste Susan, Lynette, Bree e Gabi passarem por tantas mudanças que, no fim, elas sequer se parecem com as mesmas pessoas daquele primeiro ano da série. A vida acontece, as coisas tomam rumos inesperados – e em Desperate Housewives, você deve exagerar quando pensar em inesperado – e as quatro protagonistas vão mudando muito.

Porém uma coisa nunca muda: a amizade entre elas e a vontade que elas sentem de se apoiar. Até o último momento, as quatro permanecem firmes, lado a lado, mostrando que quem diz que amizade entre mulheres não existe não somente está errado como também não tem a menor ideia do que está falando.

Big Little Lies 

Com um elenco de estrelas, Big Little Lies não precisaria de mais nada para chamar a atenção do público. Mas a série tem muito a oferecer.

Com uma história que entrecorta passado e presente, ela prende a sua atenção porque você quer saber como aquele grupo de mulheres chegou àquela situação. Afinal, ainda no primeiro episódio Madeleine, Celeste e Grace são vistas em uma sala de interrogatório.

À medida que o mistério se revela, outras facetas das vidas aparentemente perfeitas do trio de protagonistas também acabam se mostrando para o público. Entretanto, as rachaduras nas imagens das três são imperceptíveis para quem está à sua volta e até para elas mesmas.

De encontro a isso, é possível pontuar que Madeleine se proclama a melhor amiga de Celeste, mas não faz ideia de que a amiga é vítima de violência doméstica. Celeste, por sua vez, está tão absorta em suas próprias agruras que não consegue notar que a amiga trai o marido. E esse é só o começo dos desencontros entre elas, acredite.

… E aí o evento traumático muda tudo. E a segunda temporada dessa incrível série HBO, é sobre como a lealdade entre as três – e entre mais duas personagens, que se juntam ao grupo – é grande. Elas sempre escolhem acreditar uma na outra, não importa quem esteja do outro lado. Algo potente e que merece ser visto por todas as mulheres.   Por: Amanda Guimarães Faria

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