Como os pais podem superar os filhos saírem de casa?

Confira algumas estratégias comuns utilizadas por pais que enfrentam dificuldade em lidar com a nova rotina sem os filhos em casa

A maioria das pessoas aguarda muito a chegada da aposentadoria, mas, quando ela chega, boa parte desses novos aposentados se sente profundamente perdido, sem ter a profissão como alicerce de sua identidade. Esse processo de crise se intensifica ainda mais se a pessoa em questão tem filhos, podendo originar a chamada Síndrome do Ninho Vazio (SNV).

Esse é um processo emocional que começa como uma tristeza leve e, se não houver acompanhamento profissional e apoio familiar, pode evoluir até uma depressão grave. Confira a seguir o que é essa síndrome e algumas estratégias usadas por pais — como alugar uma nova casa — para lidar com esse novo contexto da vida.

O que é a Síndrome do Ninho Vazio?

De acordo com a psicologia, só se pode falar em SNV se esse sofrimento se estende por mais de seis meses e impede que os pais sigam a sua rotina com prazer.

Essa síndrome é muito difícil de ser diagnosticada, já que pode ocorrer no mesmo período de vida em que ocorrem processos como envelhecimento, adoecimento dos pais, além da própria aposentadoria. 

Alguns dos sintomas mais comuns de quem sofre dessa síndrome são dores musculares extremas, cansaço, profundo desânimo e tristeza, além de distúrbios de sono (excesso ou escassez), oscilações de humor, distúrbios de fome (excesso ou falta de fome) e redução do desejo sexual.

Vale lembrar que essa síndrome pode ocorrer quando os filhos deixam a casa dos pais por diferentes razões, tais como estudar em outro lugar, casar, morar sozinho etc.

Estratégias

Uma das estratégias mais comuns para famílias com bom poder aquisitivo é mudar de residência. Morar em uma nova residência pode reduzir as demandas de limpeza e cuidados (muitos casais mudam para apartamentos ou casas menores, já que agora são os únicos que compartilham moradia). 

E pode motivar o reconhecimento de uma nova fase da vida e da construção de novas memórias vinculadas ao novo espaço. A ideia é que o(s) filho(s) venham visitar os pais de modo mais pontual.

Outra estratégia comum é a elaboração de uma nova rotina. Sem as demandas dos filhos, as pessoas têm mais tempo para fazer atividades que antes não conseguiam ou que deixavam em segundo ou terceiro plano. 

A ideia é resgatar hobbies que ficaram um pouco esquecidos ou atividades que você sempre quis fazer, mas não começou. Vale de tudo: pintar, estudar um idioma, integrar clube de livros, praticar um esporte, viajar, entre outros exemplos.

A saída dos filhos pode ser uma oportunidade de desenvolvimento (e muitas vezes uma retomada) da vida conjugal. É nesse período que o casal tem mais liberdade para viajar, cultivar uma intimidade nova (de casal, mas em outro momento da vida, diferente daquela compartilhada antes da chegada dos filhos). 

Criar filhos é um processo complexo que sofre transformações ao longo da vida. A demanda de um filho muda à medida que ele cresce, o que demanda dos pais adaptações ao longo da vida. Quando os filhos saem de casa, é importante reconhecer que a relação não acabou, mas o jeito de conviver é que muda. 

Se o contato era presencial todo dia, pais e filhos poderão recorrer a ligações e chamadas de vídeo para manter o contato nos dias em que encontros presenciais não forem possíveis. O importante é manter o vínculo e criar novas formas de conviver e se relacionar — e isso vale tanto para o casal quanto para os filhos. 

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