Pesquisa revela situação preocupando no sono dos adolescentes

Descubra números surpreendentes: 19% dos adolescentes nos EUA adotam melatonina para dormir. Conheça o papel vital deste “hormônio do sono” e os desafios que surgem com seu uso.

Cerca de 19% dos adolescentes nos Estados Unidos incorporaram a melatonina como parte regular de suas rotinas de sono, de acordo com uma pesquisa recente publicada pela JAMA Pediatrics. Além disso, o estudo identificou que 6% das crianças pré-escolares, com idades entre 1 e 4 anos, e 18% das crianças do ensino fundamental, entre 5 e 9 anos, consomem regularmente esse suplemento hormonal.

Descubra números surpreendentes: 19% dos adolescentes nos EUA adotam melatonina para dormir. Conheça o papel vital deste “hormônio do sono”.
Sono (Pixabay/Reprodução)

O papel da melatonina: hormônio regulador do sono

A melatonina, conhecida como “hormônio do sono”, é secretada pela glândula pineal no cérebro em resposta ao anoitecer, desempenhando um papel crucial na regulação do relógio biológico e indução à sonolência.

Esta substância também é produzida de forma exógena por laboratórios e comercializada em diversas formas nos Estados Unidos, como líquidos, gomas mastigáveis, cápsulas e comprimidos, cada um com instruções de dosagem específicas.

Regulação e recomendações no Brasil e nos Estados Unidos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em outubro de 2021, autorizou a venda da melatonina no Brasil na forma de suplemento alimentar. No entanto, há restrições claras, pois o produto não deve ser consumido por gestantes, lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção constante.

Paralelamente, a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) emitiu um comunicado em 2022, incentivando os pais a discutirem o uso da melatonina com o pediatra antes da experimentação, limitando seu uso a curto prazo.

Desafios associados ao uso prolongado e à falta de regulação

Apesar das recomendações para um uso de curto prazo, o estudo da JAMA Pediatrics ressalta que o consumo de melatonina é geralmente contínuo. Isso levanta preocupações significativas, uma vez que a falta de regulação adequada torna difícil o monitoramento eficaz.

Especialistas alertam para a possibilidade de riscos associados e inconsistências nas dosagens, uma vez que a melatonina é comercializada como suplemento alimentar, escapando da fiscalização rigorosa aplicada a medicamentos.

Indicações específicas e orientações médicas

A melatonina pode ter um papel específico em casos como distúrbios do ritmo circadiano, especialmente entre adolescentes, representando aproximadamente 4% desse grupo. Além disso, há indicações de benefícios para crianças e adolescentes autistas, que podem enfrentar dificuldades para dormir devido à sensibilidade aos estímulos.

No entanto, ressalta-se que mesmo em casos específicos, o uso da melatonina deve ocorrer sob orientação médica, evitando a automedicação e garantindo uma abordagem personalizada.

Alternativas para estabelecer hábitos saudáveis de sono

Em meio às preocupações sobre o uso generalizado da melatonina, especialistas destacam alternativas para promover o sono saudável em crianças e adolescentes. Recomenda-se a criação de rotinas regulares, incluindo horários fixos para dormir e acordar, além da prática de hábitos de sono relaxantes.

Limitar o consumo de alimentos com cafeína, especialmente próximo à hora de dormir, e restringir o uso de eletrônicos antes de se deitar também são estratégias eficazes para melhorar a qualidade do sono.

Uma reflexão sobre o uso da melatonina na população jovem

Diante do aumento expressivo no consumo de melatonina entre crianças e adolescentes, é imperativo que pais, profissionais de saúde e autoridades regulatórias estejam atentos aos desafios e implicações associados a esse fenômeno.

A falta de regulação adequada, somada à ausência de estudos de longo prazo sobre os efeitos do uso contínuo desse hormônio, destaca a necessidade de abordagens mais cautelosas e personalizadas no que diz respeito ao sono da população pediátrica.

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