4 Passos para ensinar valores para crianças através da jardinagem

Um dos papeis da escola é ensinar os alunos a conviver com outras pessoas, transmitindo valores como respeito e empatia. Por isso, é importante que entendam e ponham em prática a noção de equidade e sua diferença com a igualdade.

Assim, observa-se que cuidar de plantas pode ilustrar como diferentes pessoas precisam ser nutridas com diferentes elementos e qual a diferença de igualdade e de equidade.    

A experimentação na jardinagem ensina que cada planta se adapta melhor a um estilo de vida. O manjericão, por exemplo, geralmente precisa de muita água, por sua vez, o alecrim, se regado em abundância, pode morrer.

Ademais, a vivência cuidando de plantas ensina os significados dos sinais que elas estão dando: cada aspecto como cor, orientação, rugas, mostra uma necessidade e manejar isso, dando mais ou menos água, mudando sua posição, observando se há fungos ou predadores é desenvolver paciência e cuidado, características que devem estar presentes nas relações humanas.

Dessa maneira, é possível fazer uma analogia entre o cultivo de plantas e a conscientização das diferenças entre igualdade e equidade.

Escolha plantas com características diferentes para estabelecer comparações

A introdução da aula de jardinagem é um bom momento para comparar as diferenças entre as plantas. É interessante guiar os alunos com perguntas como: “o que o tomate e o girassol têm em comum? Que diferenças vocês veem?”. Seguidas de outros questionamentos como: “o que cada uma proporciona ao colhê-las?”.

A fim de que os alunos percebam que a diferença não está presente apenas no organismo da planta, mas também nos seus frutos.

Uma vez que os estudantes entendam as semelhanças e diferenças, chega o momento de explicar o contexto: todas são plantas, possuem diferentes características, qualidades e necessidades, assim como desenvolvem diferentes frutos.

Esta mesma ideia pode ser aplicada na sala de aula com os colegas, e nas demais relações interpessoais, por meio da análise de quais semelhanças e diferenças existem ao olhar uns para os outros.

Fale sobre as diferentes maneiras de cuidar das plantas

Ao introduzir as necessidades particulares de cada planta, é importante explicar como elas são diferentes, requisitando quantidades distintas de água, umidade, sombra, luz, qualidade do solo, entre outros.

Por isso, é interessante fazer perguntas para verificar o aprendizado como: “as plantas precisam da mesma quantidade de luz solar ou de diferentes quantidades de luz solar?”.

Além disso, é interessante direcionar aos alunos a conclusão de que as plantas precisam de diferentes quantidades de luz solar, nutrientes no solo e água.

A partir disso, é possível explicar como o termo igualdade – todos ganham o mesmo – se compara com equidade – todos ganham o que precisam.

Faça perguntas instigando a reflexão

Com a terminologia clara, o próximo passo é dizer aos estudantes que se fossem tratadas igualmente, seriam fornecidas às plantas a mesma quantidade de água, independente de suas necessidades.

Para desenvolver a reflexão e a interpretação dos alunos, vale dar exemplos comparando plantas – o tomate, por exemplo, precisa de sol durante 6 horas do dia, e não devem ser regados em abundância; já o manjericão precisa de constantes regas.

Então, pergunta-se o que acontecerá se forem cuidadas igualmente ou se forem cuidadas de acordo com suas necessidades. Ou seja, perguntar o que é melhor – tratá-las com equidade ou com igualdade.

Expanda a conversa para o contexto da sala de aula e da família

Expandir esta discussão para a turma a fim de criar uma analogia, fazendo os alunos pensarem na forma como tratam e devem tratar seus colegas.

Refletindo: “precisamos dos mesmos recursos para aprender e crescer?”. Em seguida, contextualizar, perguntando: “se um aluno tem dificuldade na compreensão de matemática e facilidade na escrita, faz sentido ele receber ajuda na escrita? Faz sentido que todos os alunos, mesmo possuindo diferentes dificuldades, recebam a mesma ajuda?”.

A partir desse pensamento, dar um exemplo concreto como: “Se um estudante esquece o seu estojo e lhe emprestam um lápis, deveria ser emprestado um lápis para todos?”

Ademais, vale pedir para que os alunos elaborem outros exemplos de como acontece relações de equidade na sala de aula e em suas famílias.

Esperançosamente, conseguirão estabelecer a lógica aprendida por meio da jardinagem. Para, por fim, perceberem, entenderem em suas relações que o mais importante é que cada qual receba o que necessita para crescer e se desenvolver com harmonia.

Assim, o ensino desperta a curiosidade e pensamento integral, estimulando as crianças que estão começando a desenvolver a orientação vocacional.

Conceitos como equidade e igualdade podem parecer complexos para que crianças entendam, mas com as técnicas e os conhecimentos de jardinagem, o aprendizado se torna prático e divertido.

Além disso, é claro, os estudantes desenvolvem uma relação de cuidado e respeito com a natureza, muito importante para a conservação do meio ambiente e para o desenvolvimento das futuras gerações.

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