“Meu pai mora no céu?” Vídeo de criança viraliza e acende alerta aos homens

Segundo o IBGE, os homens vivem cerca de 7,1 anos a menos do que as mulheres, sendo a taxa de mortalidade maior em praticamente todas as faixas etárias. Mas existe alguma justificativa? Segundo os especialistas de oncologia, existem alguns motivos para o homem viver menos, mas entre os principais estão a maior exposição a alguns fatores de risco e a menor aderência aos exames preventivos.

De acordo com o Ministério da Saúde, três em cada dez homens não têm o hábito de ir ao médico. Dados da pesquisa realizada do Centro de Referência em Saúde do Homem mostram que mais da metade dos pacientes do sexo masculino só procura atendimento médico em casos de problemas de saúde avançados. “Isso resulta em um tratamento com mais dificuldades, mais longo e dependendo da doença, com menores chances de cura”, explica o médico.

Video de criança viraliza ao perguntar se pai mora no céu e, acende alerta aos homens para se cuidarem. | Crédito imagem : Pixabay
Video de criança viraliza ao perguntar se pai mora no céu e, acende alerta aos homens para se cuidarem. | Crédito imagem : Pixabay

Homem x Câncer

Dados do Inca apontam como os cânceres mais frequentes nos homens são os de pele, próstata, intestino, pulmão e de cabeça e pescoço. E o que todos eles têm em comum? O oncologista afirma que todos eles poderiam ser evitados com medidas de prevenção e um diagnóstico precoce.

Câncer de pele:

 É o tumor mais frequente. “Felizmente, este tipo de tumor apresenta uma baixa taxa de mortalidade, mas pode deixar sequelas secundárias: a cirurgia para sua retirada. Os dois tumores de pele mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermóide, ambos diretamente relacionados à exposição não protegida ao sol. O cuidado com a exposição solar e o uso de protetor solar seriam o suficiente para reduzir o desenvolvimento destes tumores”, orienta.

Câncer de próstata:

O segundo tumor mais frequente. Dados do INCA estimam 65.840 novos casos em 2022 no Brasil, sendo o responsável pela segunda maior causa de morte por câncer. “O seu principal fator de risco é o envelhecimento, algo que não podemos evitar, mas por outro lado é um câncer altamente curável quando diagnosticado precocemente. Identificar este tumor na fase inicial é possível pela realização dos exames preventivos de toque retal e PSA.

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos devam procurar um profissional especializado para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos, por já possuírem um risco aumentado”, explica.

Câncer de intestino:

É o terceiro mais comum e, está relacionado à idade mais avançada, histórico familiar e aos hábitos de vida como excesso de alimentos industrializados, sedentarismo e obesidade.

“Sabemos que evitar a exposição a estes fatores risco pode reduzir de forma significativa as chances de ter um câncer de intestino. Por isso, é importante manter um estilo de vida saudável com atividade física no mínimo três vezes por semana, manter peso adequado, realizar dieta rica em fibras, evitar o tabagismo, etilismo e excesso de carne vermelha e embutidos, além de realizar o exame preventivo de colonoscopia.  No Brasil, esse exame é recomendado para homens e mulheres entre 50 a 74 anos. Em casos de história familiar para câncer de intestino, o exame deve ser realizado dez anos antes da idade que o familiar apresentou o diagnóstico”, sugere.

Câncer de pulmão:

 É o quarto câncer mais frequente nos homens, com 17.760 casos novos ao ano, segundo o INCA. E é o câncer que mais mata os homens. “Infelizmente, sua incidência vem aumentando no mundo, o que o torna um problema de saúde pública em razão do impacto dos altos custos do seu tratamento. A maioria dos casos deste tipo de câncer seria evitada se as pessoas não fumassem.

Aproximadamente 80% dos casos estão diretamente ligados ao tabagismo, hábito considerado como a maior causa evitável de mortes no mundo todo. Os pacientes que fumam têm em média 14 anos a menos de expectativa de vida em relação a quem não fuma. Além disso, está cada vez mais claro que os tabagistas passivos (quem não fuma, mas convive de perto com quem fuma) também têm mais chances de desenvolver câncer, doenças cardíacas e pulmonares”, afirma.

Câncer de cabeça e pescoço:

Em quinto lugar está o câncer de cabeça e pescoço, que compreende todos os tumores que têm origem na boca (cavidade oral), nariz (nasofaringe, cavidade nasal e seios paranasais), garganta (orofaringe, hipofaringe, laringe) e nas glândulas salivares.

“Os fatores de risco para o desenvolvimento desta neoplasia já são bem estabelecidos. O principal é o tabagismo. O risco é dependente do número de cigarros fumados por dia e do tempo de uso. Os tabagistas têm o risco de desenvolver câncer de 5 a 25 vezes a mais do que os que não fumam. O segundo fator de risco de destaque é o etilismo.

Um estudo revelou o aumento de 5 a 6 vezes no risco de desenvolver o câncer de cabeça e pescoço com consumo de álcool superior a 50 g/dia versus menos de 10 g/dia (aproximadamente uma lata de cerveja). Suspender o consumo de álcool reduz em 4% ao ano o risco de doença maligna da laringe ou a faringe”, conclui o médico.

Qual é a chance de um homem ter câncer de próstata?

Apesar de um histórico familiar de câncer de próstata dobrar as chances de ter a doença, 1 em cada 6 homens serão diagnosticados com câncer de próstata. Os homens negros são 60% mais propensos a terem câncer de próstata e possuem 2,4 vezes mais chances de morrer da doença.

O que causa câncer no homem?

Os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do câncer são: atividade física, tabagismo, alimentação, peso corporal, hábitos sexuais, fatores ocupacionais, bebidas alcoólicas, exposição solar, radiações e medicamentos.

Saiba mais: Dia Mundial do Combate ao Câncer: testes inovadores contribuem para tratamentos mais eficazes

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