Business Woman: os desafios da mulher no mundo dos negócios

Empresas que desejam se destacar perante a sociedade devem, além de trabalhar de maneira eficaz e ética, desenvolver boas estratégias para valorizar e reter talentos.     

Para tal, é possível investir em uma série de coisas: treinamento voltado para a comunicação não-violenta, para a prática cotidiana dos valores da empresa e para o trabalho em equipe, pacotes de benefícios que incluem plano de saúde, possibilidade de home office e previdência privada, vale-academia… a lista é longa.

Convém dizer também que, para figurar entre as companhias mais valorizadas do mercado e adquirir notoriedade, é preciso atualizar as noções arcaicas que podem, talvez por tradicionalismo, ainda ser exigidas dos funcionários.

O que isso quer dizer? Que é preciso abrir espaço e dar voz à novas narrativas, em especial femininas ou minoritárias.

Isso não é um clichê, nem apenas uma forma de “ser bem visto” pelos demais: a força feminina tem sido apontada como uma das maiores tendências entre as empresas e traz gás, inovação e possibilidades de crescimento a todos que decidirem levá-la em consideração.

Não se trata de algo fácil, no entanto, uma vez que o mundo do empreendedorismo ainda receia abrir as portas para as mulheres.

A seguir, falaremos um pouco mais sobre os desafios que enfrentam aquelas que assumem cargos de liderança ou se inserem em posições habitualmente ocupadas por homens. 

As mulheres e o empreendedorismo

Segundo o site oficial do Sebrae, a proporção de mulheres empreendedoras que são “chefes de domicílio” passou de 38% para 45% em meados de 2019.

A atividade empreendedora em questão fez com que as donas de negócios se tornassem o salário mais alto da casa, o que tirou a mulher da posição de cônjuge.

Temos cerca de 9,3 milhões de mulheres à frente de empresas no Brasil. Isso significa que, entre os donos de negócios, a porcentagem é de 34%. É pouco; não se engane.

Embora estejamos diante de um número até então inédito, é preciso perceber que mais da metade dos donos de negócios ainda são homens.

Isso é curioso, uma vez que, ainda de acordo com o Sebrae, as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm nível de escolaridade 16% superior ao dos homens.

Apesar dessas conquistas, que não são ignoráveis, elas ainda ganham 22% menos que os empresários.

É um equívoco acreditar que se trata de uma situação atípica: dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmam que a situação se repete desde meados de 2015.

Em 2018, homens donos de negócios tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344; as mulheres donas de negócios, por sua vez, tiveram o rendimento mensal médio de R$ 1.831.

Outras informações tornam a situação ainda mais interessante: mulheres têm menos acesso a crédito e linhas de financiamento.

Homens empresários têm acesso a um valor médio de empréstimos de cerca de R$13 mil a mais que mulheres na mesma posição.

Apesar desse privilégio, quem paga mais juros são elas – e, apesar disso, elas são melhores pagadoras do que os homens. 

Como mudar a situação?

Primeiro, é preciso que as empresas se conscientizem de que a inserção da mulher no mercado de trabalho é fundamental não apenas para a diversificação de pontos de vista, mas para uma mudança social das mais significativas.

Mulheres que obtêm independência financeira conseguem sair de relacionamentos abusivos, manter a educação de seus filhos sem o auxílio do cônjuge – o que certamente não é ideal, mas infelizmente vivemos em um país onde a taxa de abandono por parte do parceiro do sexo masculino é grande – e, claro, ajudar a economia a continuar funcionando.

As novas vagas de uma companhia devem mirar em grupos que não fazem parte do grupo tradicionalmente empregado.

Se uma determinada área é ocupada massivamente por homens, com um perfil e idade específicos, acrescentar novos profissionais àquele grupo pode ser produtivo e revelador para todos os envolvidos.

Abrir vagas de estágio voltadas para minorias étnicas, mulheres e pessoas com deficiência também colabora não apenas para a criação de uma cultura de tolerância e respeito dentro da companhia, mas para o aumento da percepção das diferenças por parte dos profissionais, que crescem como trabalhadores e seres humanos.

Por fim, pode ser necessário investir em workshops, palestras e treinamentos voltados para o acolhimento da mulher no mercado de trabalho, uma vez que muitas pessoas podem ter resistência a mudanças – o que é um erro, visto que todos vão mais longe quando as mãos estão entrelaçadas.

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